O Comentário da Semana

Reboleira, 5 de Abril de 2009, junto a uma caserna, cerca das 20:30...

O silêncio era doloroso, nas lugubres ruas, ostracizadas pelo tempo de outras comadres. O som dos tacões dos sapatos nas pedras da calçada, penetravam pelo timpanos quais berros de hordas de estirpes gloriosas.

Passo por 2 vultos, poderiam ser pessoas, de entre os quais consigo (ou)vislumbrar que as tropas estavam no quartel, em sono profundo, similar ao de um provocado por maçãs envenenadas.

Engano meu, ouço, tal qual vindo de um sargento encolorizado um assobio, semelhante a um apito, que provocou o acordar atípico de algumas dezenas de caserneiros. Surpresa, espanto e admiração... um dos caserneiros, cambaleando sobre as suas longas pernas executa um movimento do qual sai projectado um objecto que se vai encaixar junto a uma rede de pesca. Acabou-se o silêncio, pensei eu. Puro engano. Voltamos todos a adormecer.

Quando, que subitamente, o tal sargento enfurecido, torna de novo a executar a mesma estratégia de estimulação sonora, sobre todos os caserneiros. É desta, murmurei. De novo puro engano, após um novo objecto, novamente projectado contra as redes de pesca exactamente protagonizado pelo mesmo pernalonga caserneiro, o mesmo torpor se apodera de mim e dos caserneiros.

Terceira tentativa do enrubescento sargento. Uma grande actividade sonora, de estridentes silvos, com mais e melhores veementes diálogos, pensei, finalmente os caserneiros vão-se levantar das suas tarimbas e começar a marchar. Isto vai animar...

Desilusão total: todos os caserneiros adormeceram de vez, depois de irem bebericar água, e numa ultima tentativa cambaleando pela parada, um após um foram caindo junto à melhor zona disponivel do pasto circundante. O sargento depois das suas 3 vigorosas assobiadelas, decidiu retornar a sua casa completamente extenuado, lamuriando "nunca mais aceito convites para estas merdas".

AAAAAHHH, acordei... bolas pensava que era mais um jogo de futebol no nosso Portugal